quinta-feira, 10 de maio de 2012

O Violão Passaporte

É incrível como as pessoas se encontram e se associam a pessoas e a grupos de acordo com gostos e costumes e culturas. Sou um tipo de cidadão moderno e atualizado, mas que faço parte de uma categoria nostálgica e romântica, que adora ir pro meio do mato e acampar na beirada de um rio e fazer fogueira e cantar e tocar debaixo de uma lua qualquer um violão desafinado. Leonardo companheiro dessas luas carregava seu violão em todas as noites, até o dia em que seu violão foi o passaporte pra ele ir embora. Trabalhava sábado até ao meio dia e numa sexta feira na chácara de num sei quem meu caro amigo Leozera se encontra numa situação complicada e delicada pois estava de carona com um amigo e tinha combinado com ele de voltar e o cara não queria acordar de jeito nenhum. Aquele berro desesperado acordou a todos da casa, menos o nosso grande Cícero, e aquele alvoroço de argumentos liberados pela boca de Leonardo que de tão feroz e persuasivo devorava o ambiente em imagem e ofuscava todo ambiente com um aspecto surrealista e trágico. Quando enfim arrombou a porta e adentrou o quarto. Todos desesperaram a segura-lo, mas seus gritos eram ainda agressivos e conjuravam a vida em palavrões e esporos. depois de alguns minutos Cícero se manifesta e diz que em dez minutos sairiam. Leozera se afastou foi lá de fora andou de um lado pro outro voltou olhou no relógio olhou no quarto e ele continuava deitado. Foi lá pra fora tentou dedilhar alguma coisa no violão, mas não deu estava muito nervoso. Ficou os dez minutos esperando e nada dele acordar. Saiu pelo quintal a fora e decidiu dar uma volta e tentar se acalmar. Depois de uns dez minutos a mais, ele voltou cheio de argumentos falando decido e firme todos dos motivos que eles tinham pra ir embora, mas não adiantou, Cícero não se moveu, foi quando num ato de desespero e coragem, Leo pegou seu violão e acertou o chão bem próximo da cabeça dele fazendo um grande barulho de cordas e madeira e o estraçalhando em pedaços, o violão claro. O Cícero deu um pulo enorme e em dois passos estava dentro do carro calado e prestativo a levar Leonardo pra casa em segurança. Foi uma atitude radical e extrema, mas teve seu objetivo alcançado. Leonardo chegou a seu trabalho no horário.