terça-feira, 15 de setembro de 2015

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

o Cachorro Gato

Fui a casa de uma amiga de meu tio Fabio e ela possui um cachorro chamado gato. Hora,mas que mal tem em um cachorro chamar-se Gato, alem do paradoxo e do constrangimento para o próprio animal. Questionando a dona sobre o cão e por que do nome, fiquei sabendo de algo incrível, desde pequenino, ele se comportou muito mais como um bichano do que como cachorro, chegando até em vez de latir soltar grunhidos semelhantes a miados, se lamber tomando banho como um gato e se arrepiar inteiro e envergar a espinha num momento de perigo. Ela chegou a lhe dar outro nome antes, mas com a observação de seu aspecto felino, o rebatizou. Realmente o Gato não parece nada com um cachorro. Tem mania de roçar entre as pernas das pessoas e afiar as unhas nas arvores e dormir o dia e sair de noite pelos telhados das casas vizinhas. É impressionante como a natureza insiste em contrariar a si mesma e como os seres têm capacidades de ignorar e lutar contra seus instintos e metabolismo e espécie em prol de fortalecer sua personalidade. Pois bem o Gato conseguiu ser reconhecido como tal, apesar de ser um cachorro. Vive feliz da vida em um lugar lindo, e por incrível que pareça tem um amigo cachorro que deve morrer de vergonha dele e outro amigo gato, eles convivem felizes e são amados e queridos de sua dona Simone. E tem uma coisa que Gato adora. Quando de repente chega aquela galera feliz de tomar cerveja e corre e brinca junto com todo mundo. Foi numa dessas ocasiões que eu puder conhecer esse grande exemplo de força.

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Este livro primeiramente é uma homenagem a vida e a todos que participam e participaram de meu cotidiano em momentos, instantes, dias, meses, anos e décadas. Um retorno a todas as conversas que já tive em tantas ocasiões, com tantos, por diversos lugares e sobre uma multiplicidade de assuntos. E de tudo isso, e por isso começo esse livro com a evocação de um sonho que tive e a todos que contei, afirmaram ter sonhado também o mesmo. O sonho era relacionado à capacidade de voar, eu sabia que podia voar, mas sabia que só voaria se me atirasse ao ar sem preocupar com a queda e na convicção de um pássaro. Voei muito nos meus sonhos, mas também cai quando não acreditei que podia. Assim a vida também nos pede confiança em nossas empreitadas. Aqui eu estou me atirando num precipício e espero sair voando através de seus olhos sobre essas palavras.

o Macarrão de arte

Certo dia quando se reuniu certo numero de amigos na minha casa, uma amiga deu idéia saborosa de fazer um macarrão, trouxe os ingredientes e disponibilizou a fazer o preparo. Mais ervilha e milho enlatados, tinha um pouco de extrato de tomate e pimenta. Demorou uns cinqüenta minutos o preparo todo. Quando todos viram a aparência do bicho, por que estava mais pra bicho do que pra macarrão, ninguém encarou, a cozinheira e o namorado dela foram os únicos que comeram assim meio forçados mas comeram e eu tentei, mais desisti. Mais tarde todos foram embora e diante daquele quilo de macarrão extraterrestre, tive a brilhante idéia de fazer uma obra de arte. Comecei a amassar a aquela substancia gosmenta e formei em entulho abstrato onde as ervilhas formavam olhos e pareciam partículas se espalhando, causadas por um acidente brutal e avassalador e junto moldei uma espécie de castelo de duas torres e umas janelas redondas e pessoas encravadas na parede. Fui modificando e virou algo como um disco voador encravado no chão estraçalhando-se num castelo. Fragmentos por todos os lados, uns olhos olhando pra todos os lados e bocas e orelhas e mãos e depois quando não tinha como ficar mais confuso e carregado, dei um golpe de cima pra baixo bem no meio da escultura com a ponta do meu dedo e tudo se encaixou maravilhosamente. Ficou exposta dois dias no espaço cultural do Banco Central em Brasília. Atualmente está em um desses museus famosos de Londres ou Paris que nunca sei pronunciar nem escrever.

Ser Folha ou Não Ser

A natureza é fantástica com sua força seus mistérios. Pois bem. Os processos de transformações, as mutações e a violência humana causam situações horrorosas e drásticas. De uma arvore dessas que viram papel sobro justamente numa folha branca de papel no formato A4 o sentimento de injustiça e revolta. A folha exprimida entre tantas sentia-se fatalmente ferida e constrangida em ter se tornado algo tão frágil e maleável. Nestas perguntas e exclamações decidi infectar com discursos emotivos todas as folhas da resma sua ideologia. Mas somente ela está viva e sente que está mesmo. Ao sair da embalagem que a envolvia a nossa arvore inconformada começa a fomentar uma maneira de se rebelar e buscar um jeito de se safar das tintas e das palavras que eram sua sina ali na impressora. Esse surpreendente fato de uma folha de papel com tanto sentimento ultrapassa com certeza a compreensão humana da realidade e no entanto se iguala completamente a tantas situações que chamamos acidentes, milagres, fé e etc. A folha vendo que já chegava sua hora de ser impressa. Avistou longe a janela e usando uma antiga linguagem vegetal pronunciou um pedido de socorro ao vento, que prontamente atendeu e inundou a sala uma ventania providencial. Nossa folha persistente conseguiu surfar no ar entre as mãos burocratas e se mandar pela janela. Em pleno ar pensou como seria fácil bater asas se tivesse uma dobra no meio. Sem a dobra seu voou durou pouco e ela foi se emaranhar justamente nos galhos de uma arvore. Como foi agradável estar ali de novo entre o verde das folhas o marrom dos galhos o vento agitando tudo num balé eterno. Durou pouco essa sensação, pois o mesmo vento a soprou de novo e ela foi ao chão. Era umas três horas da tarde, o asfalto quente castigou a folhinha rebelde e ela si pensava seu destino que ia de mal a pior, a possibilidade de alguém lhe pisar, rasgar ou ser apanhada pelo caminhão de lixo. Nada aconteceu a tarde inteira. O sol, o céu, os pássaros, as pessoas criaram um novo significado ali de baixo grudada ao chão como estava. Refletiu sobre o destino, sobre Deus, os homens suas invenções e suas mentiras e acabou por concluir já ter ido longe demais com seu inconformismo e acabou por perceber sua importância lá na impressora, como as letras que lhe seriam impressas poderiam lhe dar outro sentido e como seria ter os olhos de alguém deslizando na sua superfície e decifrando as palavras. Chamou o vento novamente dizendo querer voltar pra onde estava, o Vento lhe explicou não ser possível a janela estava fechada, alem do mais folha suja e amassada não tem utilidade. Contrariada a folhinha decide ficar mais relaxada e deixar se levar por aí. Haviam passado muitas pessoas por ali, carros, cachorros e crianças, mas ninguém chamou atenção tanto como um rapaz moreno, alto, roupa social, ele havia tocado o interfone varias vezes sem atendido, sentava no meio fio desconsolado, voltava, apertava mais a campainha, andava em círculos, parava pensativo, gritava um nome, apertava de novo em desespero. A Folha curiosa deixa chegar mais perto dele passeando com a brisa. Ele a vê cambaleando e a apanha com cara de quem teve uma grande idéia. Ao ser apanhada nossa Heroína caiu em confusão e desespero, pensa todo tipo de impropérios. O rapaz tira do bolso da camisa uma caneta e começa a escrever. A Folha se delicia com o riscar suave da ponta da caneta em sua superfície e as palavras escritas a emocionaram tanto a ponto de estancar todo medo sentido a pouco. O Jovem apaixonado escreveu o seu mais profundo sentimento e deixou na caixinha de correio nossa Folha Guerreira. O escuro confortou-a dentro da caixinha e quando acordou já desdobrada, sentiu a umidade salgada que lhe escorria em vertical. Uma moça linda com os olhos vidrados chorava alegremente enquanto lia os versos que aquele rapaz ontem escreveu. Tudo soou tão romântico e fantástico que se esqueceu de todos os argumentos contra ser uma Folha e aceitou sua sina com toda convicção de que não haveria nada melhor pra lhe acontecer. Ganhou lugar eterno num coração e companhia dentro de um livro com folhas amarelas e brilhantes, que vez ou outra são lidas e acariciadas com ternura.

o Espancador de goiaba

Num dia de calor, o vento sobrava tímido e nem derrubava as roupas do varal, as arvores quietas pareciam reclamar do calor, e cansadas pareciam se pender corcundas. As goiabas de casca branca refletiam como estrelas nos galhos. As crianças perceberam. E as goiabas realmente eram estrelas pra elas. Um primo mais velho veio ajudar com um cabo de vassoura. Só o cabo. Sua intenção foi muito boa, acho que realmente o problema foi a falta de uma coordenação motora, ou falta de firmeza na pancada ou de ultima instancia, uma implicância do fruto em não deixar seu lugar de estrela nos galhos pra ser devorado por crianças. Ele cansou seus braços de golpear todas as goiabas maduras do pé, e elas não caíram. Sua luta durou em torno de umas duras horas em volta desta goiabeira e nada de goiaba. Quando já estava apelando, um cara da janela do prédio vizinho gritou furioso que era para parar de espancar as goiabas ou ele chamaria a policia florestal e entraria com um processo no ministério do meio ambiente e deu um sermão cristão natureba da igreja de num sei qual arvore. Terminou com um conselho. __Sobe no pé e arranca com as mãos as goiabas meu caro! Sem titubear, o primo, espancador de goiabas, soltou o cabo de vassoura e olhou resignado o vizinho. Subiu na goiabeira e em outras duas horas ele arrancou todas as goiabas do pé, sem exceção de nenhuma e as crianças riram a tarde toda com as piadas e respostas ao vizinho, que o primo ficava imitando e respondendo, como ele realmente gostaria de ter feito. As goiabas nunca foram tão gostosas como nesse dia.

alguns contos da coletânea que preparo pra publicar Caricatura Cotidiano

História de Passarinho

Meu primeiro contato com minha nova vizinhança aconteceu bem cedo, lá pelas oito horas da manha. José como se fosse um galo despertador, soltou a garganta e começou a cantar todo seu repertorio de musicas evangélicas no ultimo volume que sua desafinada voz conseguiu, ao mesmo tempo em que organizava as ferramentas no quintal num ato tão despercebido e barulhento como se ele fosse o único habitante da quadra. Essa horrível cantoria, acompanhada da barulheira, acabaram por virar rotina. Todos os dias depois de uma hora aproximadamente começava com as maquinas fazendo ainda mais barulho. Esse cristão tinha o habito terrível o qual abomino. Comercializava passarinhos em gaiolas e reunia outros que também tinham o mesmo ato infame e comentavam sobre os cantos, as penas, as gaiolas e sobre Jesus Cristo e a certeza da salvação e o céu como seria bom. Como se não bastasse os pássaros nas gaiolas que já estavam presos, começou o meu repugnante vizinho, a aprisionar os pássaros silvestres que viviam pelas arvores do quintal comendo frutas. Isso me causou ainda mais repulsa e uma analise critica de como as teorias formadas e prontas, tiram a capacidade de percepção das pessoas sobre as verdades e mentiras, as ações realmente corretas e erradas, ou até mesmo a sensibilidade pra perceber as agressões contra a vida e a natureza e os seres vivos. Como tudo na vida por ventura do destino segue uma reação após uma ação e com imprescindível precisão o processo de cada um é único e intransferível. Meu vizinho Jose se encontrou com a morte e por acaso ela de leve tocou seus olhos num acidente de carro donde ele em coma entra num lugar onde vê uma porta branca com uma pomba desenhada e outra com um bode dando passagem pro inferno. Se encaminha até a porta branca e bate. Segundos depois um ranger celestial e uma luz intensa e forte seguida de cantos de pássaros e harpas e uma brisa leve e cheirosa. Já ia dando um passo a frente quando uma voz de trovão perguntou: __O que você quer? __Quero ir pra o céu! Respondeu Jose numa gagueira tremenda. A voz perguntou por qual motivo ele achava-se digno de ir pro céu, e ele respondeu que era evangélico e dava o dizimo e era presbítero da igreja e... no que a voz o interpelou e disse não haver mais essas marcas e nomes e qualquer hierarquia humana. Jose retrucou dizendo ser salvo e ter aceitado Jesus. A voz continuou e disse que talvez tenha havido algum engano na maneira como entendeu o processo de evolução terrestre. Meu vizinho de novo retrucou dizendo que ia à igreja todos os dias e era dizimista fiel e participava dos trabalhos e estudos do evangelho. Num tom sarcástico a voz o elogiou com um, muito bem rapaz, e seguiu perguntando o que ele gostava. Prontamente respondeu: Futebol, carro, churrasco, musica, corridas e pássaros. A voz retumbante ecoou de novo dentro da luz: __Você gosta de pássaro? Jose, satisfeito balançou a cabeça dizendo que sim. A voz num tom mais grave e irritado questionou o porquê dele prender os pássaros em gaiolas se gostava tanto deles. Um gesto com as mãos, mostrou uma duvida silenciosa na feição de Jose. Continuou a voz divina: __isso mesmo, porque aprisionar e tirar a liberdade dele não é uma prova de amor nem de carinho, você tirou desses pássaros o que eles tinham de mais importante. Um gesto adiante de Jose fez com que a porta se fechar. Completou a voz ainda grave e irritada: __não tem céu pra quem tirou o céu de tantos pássaros! Ao mesmo instante que ouvia essas palavras, sentia o bafo quente da outra porta aberta que começava a puxá-lo pra dentro dela em direção ao inferno. Quando num grito desesperado proferiu um pedido de perdão e caiu bruscamente noutro espaço muito familiar, mais difícil de identificar, pois a posição ocupada agora por ele era diferente do costume. Olhou 360º e percebeu a gaiola lhe tirando a liberdade e tudo a sua volta, sua casa, o quintal as arvores, seu filho que não o via acenar eufórico por socorro muito nítido e claro. Sentiu uma amargura enorme em seu coração de não poder ir alem dali. Envolveu com as mãos a nuca e se deitou fechando os olhos levemente. Nisso seu corpo estremece e num impulso elétrico e visceral abre os olhos e volta à vida, numa realidade sangrenta e dolorida no meio do asfalto, em cima de uma maca sendo atendido pelos bombeiros e médicos. Uma semana no hospital e já estava de volta a casa e sua família. E foi uma alegria total, principalmente paras os pássaros, que tiveram sua liberdade de volta, um por um. Pois Jose acreditava ter tido nova chance na vida, não cometeria o mesmo erro de outrora, pelo menos esse.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

O Piano da Estação da Luz

Senhor Roberto Carlos depois de vinte anos pegando o mesmo ônibus todos os dias pra ir ao seu trabalho, deparou-se em seus cinqüenta e um anos de vida com uma greve da empresa responsável pelo transporte coletivo que o conduzia entre o lento transito de São Paulo. Sem querer perder a remuneração pelo dia não trabalhado, resolve caminhar um pouco mais e ir até a Estação da Luz. Caminhava ligeiro e inseguro pelo salão de entrada do metro, quando percebe o som de um piano de caixa, que ressoava todo ambiente, a criança batia os dedinhos nas teclas com uma suavidade aleatória e melódica. Roberto parou e olhou e seu corpo se inclinou tanto em direção aquele objeto espetaculoso que os primeiro passos foram impulsos. Chegou perto, parou, olhou, chegou mais perto, olhou minuciosamente toda a caixa andando em volta dela mantendo ainda uma distancia de uns quatro metros e parou de novo em frente à criança que brincava com as teclas. Lembrou outrora de seus sonhos juvenis, inebriado pelas noites boemias antes do casamento, cantando em bares nas madrugadas imemoráveis da vida noturna paulistana. Sua lembrança não vagou imagens, mas um sentimento daquele precioso efervescer humano de fazer algo interessante e ultrapassar o convencional da vida estabelecida. A criança saiu do piano, chamada pelos pais e interrompeu a trilha sonora de sua viagem. Outro impulso o colocou de frente aquele piano e suas mãos trêmulas tocaram as teclas tão suaves e tímidas que não emitiu nenhum som. Tomado de emoção e nostalgia fechou os olhos e vibrou notas descompassadas e tensas. As pessoas continuaram a passar apressadas e despercebidas, algumas raras reparavam. Roberto Carlos esqueceu tudo e foi com ambas as mãos perscrutando os sons produzidos e tentando entende-los. Se sentou em seguida pôs a mochila no chão de lado ao banquinho e surpreendente começou a tocar, ou melhor inventar uma musica apoiada em sua própria memória. Primeiro pareceu musica de desenho, depois um Fado Português e foi pra Jaz e Samba e Forró, mas sempre com notas erradas e sujas. O que realmente se alterava era o ritmo. O resto foi combinações boas que captou e se divertiu horas e horas a fio. Nesse dia não teve fome, nem vontade de ir ao banheiro e nem sequer se lembrou do trabalho, motivo pelo qual passava por ali. O dia acabou. O fluxo de pessoas diminuiu e os funcionários da estação o tiraram do transe em que se encontrava com muita educação e paciência. Foi um grande susto pra Roberto Carlos perceber ter perdido o dia todo ali diante daquele Piano. Regressou pra casa extremamente assustado pelo acontecido, mas também carregava em seu intimo um sentimento de realização muito grande e verdadeiro. Tentou seguir sua vida normalmente depois daquele dia, mas após três dias voltou cedinho e não saiu mais do Piano da Estação da Luz. Vive hoje passando o chapéu após cada musica que executa e aprendeu acordes feitos e músicas inteiras agora como um verdadeiro profissional.

O Jeito do Tio

Quando começo a analisar os seres e seus mecanismos de convivência, tenho encontrado sempre quadros e situações muito parecidas seja em aspectos visuais ou de qualquer forma é fácil traçar perfis dentro da sociedade que vão se repetindo. Um exemplo nas famílias é o Tio engraçado que sempre alegra os churrascos e aniversários e encontros. O meu tio Vanderlei era mestre em historias e divertia a todos com suas piadas e imitações. Pra tudo ele tinha um jeito de fazer, explicar, e mostrar de um jeito engraçado. Algumas ilustrações feitas por ele já estão comigo á décadas e fazem parte do meu aprendizado. Irmão de duas mulheres e seis rapazes no interior de minas gerais eles vieram pra uma cidade ao noroeste perto da capital e lá começaram a trabalhar com serralheria em geral e depois com moveis tubulares. Nessa vida independente que traçavam esses jovens irmãos, se deparavam com situações cada vez mais difíceis. Depois de uns dias com a cabeça coçando Tio Vanderlei constatou que estava com piolhos e que cada vez estava mais perturbado com a presença desses parasitas. Andou pela casa entre a mobília todo o dia, coçando a cabeça as vezes leve as vezes desesperado tentava encontrar uma solução pra seu problema. Subitamente teve uma idéia brilhante! Tomar uma pinga pra ver se ficava mais inspirado. Cortou um limão, pegou uma pitada de sal, dozeou a substancia no copo e zás um gole, o sal e o limão. Algumas caretas depois, olhou o pote de sal espantado e gritou sorrindo; eureca!! Arrastou a cadeira pra varanda puxou o pote de sal, tirou a camisa, sentou e começou a espalhar sal entre seus cabelos por toda a cabeça com abundancia. Num ritual minucioso encheu um copo com água e colocou em cima de uma outra cadeira. Olhou o copo satisfeito e tirou do bolso um barbante de algodão branco o qual amarrou uma ponta na sua franja que às vezes ficava grande e a outra no copo. Ficou durante uns 40 minutos sem acreditar que ia dar certo seu plano contra os piolhos, mas de repente desceu ligeiro um piolho até o copo pelo barbante e depois uma fila de quarenta e cinco que ele foi derrubando um a um dentro da água com uma varinha de goiabeira. Depois de mais alguns minutos quando percebeu que já não tinha mais nenhum em sua cabeça cortou o barbante e deu adeus aos parasitas cranianos que tanto lhe incomodaram. Num sei, se mais alguém além de mim acreditou nessa historia, eu fiz e deu certo e tem servido de equação pra minha problemática existencial nessa vida. Me faz crer no meu instinto, e acreditar nas minhas idéias e ter paciência. Valeu Tio!

há coisas incalculáveis, essas me interessam.

Flor...Polinizemos...

Teus olhos bastam no meu mundo cego...

meus maus poemas peidos da alma...