domingo, 25 de novembro de 2012

O Ultimo Boi

Domingo aquele churrasco com os amigos era de lei. Eu e minha namorada fomos à casa de John e comemos como carnívoros que somos, muitos quilos de carne vermelha. Uma cerveja pra acompanhar é muito bom. Uma caixa, duas, três. Fomos pra casa umas dez horas da noite. Um processo rápido de higiene corporal e bocal e nos deitamos, transamos, conversamos e dormimos bêbados e felizes. Acordei no meio da noite não sei por que, e de olhos abertos olhei o quarto. Alguns feixes de luz passando pelas frestas na janela me mostravam pouca coisa na escuridão. Vaguei meus pensamentos mais ocultos pelo breu de sombras entre as quatro paredes daquele quarto por volta de uns quarenta minutos, até sentir um terrível mau cheiro, tratava-se de algum bicho morto pensei. Levantei sorrateiro e acendi a luz, olhei de baixo da cama, do guarda-roupa, e entre as coisas e os objetos todos. Não achei nada e decidi me deitar e voltar a dormir. Apaguei a luz e abracei forte minha companheira e encostei minha cabeça em seu pescoço dando um cheiro bem profundo e intenso, ela se virou e me deu um beijo. Naquele momento percebi que o cheiro fedorento que eu sentia vinha diretamente de sua linda boca. Nesse instante percebi que eu também fedia como carniça. E logicamente associei o olor horrendo de nossas bocas a toda àquela carne assada e putrefaça em nossos estômagos, como cadáveres a deriva em um mar de ácidos e refrigerantes de cola. A noite foi um mergulho em meus conceitos alimentares. E depois disso não comi nenhum pedaço de carne de algum ser vivo seja da terra, do ar ou das águas.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

5ON3M M3N 5I4M 4D4N E7R4 U05 U3

Não na superfície da interpretação popular! Alem dessas coisas que podem ser ditas. Onde as palavras nunca chegarão. Só sentindo pra saber.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

O Violão Passaporte

É incrível como as pessoas se encontram e se associam a pessoas e a grupos de acordo com gostos e costumes e culturas. Sou um tipo de cidadão moderno e atualizado, mas que faço parte de uma categoria nostálgica e romântica, que adora ir pro meio do mato e acampar na beirada de um rio e fazer fogueira e cantar e tocar debaixo de uma lua qualquer um violão desafinado. Leonardo companheiro dessas luas carregava seu violão em todas as noites, até o dia em que seu violão foi o passaporte pra ele ir embora. Trabalhava sábado até ao meio dia e numa sexta feira na chácara de num sei quem meu caro amigo Leozera se encontra numa situação complicada e delicada pois estava de carona com um amigo e tinha combinado com ele de voltar e o cara não queria acordar de jeito nenhum. Aquele berro desesperado acordou a todos da casa, menos o nosso grande Cícero, e aquele alvoroço de argumentos liberados pela boca de Leonardo que de tão feroz e persuasivo devorava o ambiente em imagem e ofuscava todo ambiente com um aspecto surrealista e trágico. Quando enfim arrombou a porta e adentrou o quarto. Todos desesperaram a segura-lo, mas seus gritos eram ainda agressivos e conjuravam a vida em palavrões e esporos. depois de alguns minutos Cícero se manifesta e diz que em dez minutos sairiam. Leozera se afastou foi lá de fora andou de um lado pro outro voltou olhou no relógio olhou no quarto e ele continuava deitado. Foi lá pra fora tentou dedilhar alguma coisa no violão, mas não deu estava muito nervoso. Ficou os dez minutos esperando e nada dele acordar. Saiu pelo quintal a fora e decidiu dar uma volta e tentar se acalmar. Depois de uns dez minutos a mais, ele voltou cheio de argumentos falando decido e firme todos dos motivos que eles tinham pra ir embora, mas não adiantou, Cícero não se moveu, foi quando num ato de desespero e coragem, Leo pegou seu violão e acertou o chão bem próximo da cabeça dele fazendo um grande barulho de cordas e madeira e o estraçalhando em pedaços, o violão claro. O Cícero deu um pulo enorme e em dois passos estava dentro do carro calado e prestativo a levar Leonardo pra casa em segurança. Foi uma atitude radical e extrema, mas teve seu objetivo alcançado. Leonardo chegou a seu trabalho no horário.