segunda-feira, 7 de setembro de 2015

O Jeito do Tio

Quando começo a analisar os seres e seus mecanismos de convivência, tenho encontrado sempre quadros e situações muito parecidas seja em aspectos visuais ou de qualquer forma é fácil traçar perfis dentro da sociedade que vão se repetindo. Um exemplo nas famílias é o Tio engraçado que sempre alegra os churrascos e aniversários e encontros. O meu tio Vanderlei era mestre em historias e divertia a todos com suas piadas e imitações. Pra tudo ele tinha um jeito de fazer, explicar, e mostrar de um jeito engraçado. Algumas ilustrações feitas por ele já estão comigo á décadas e fazem parte do meu aprendizado. Irmão de duas mulheres e seis rapazes no interior de minas gerais eles vieram pra uma cidade ao noroeste perto da capital e lá começaram a trabalhar com serralheria em geral e depois com moveis tubulares. Nessa vida independente que traçavam esses jovens irmãos, se deparavam com situações cada vez mais difíceis. Depois de uns dias com a cabeça coçando Tio Vanderlei constatou que estava com piolhos e que cada vez estava mais perturbado com a presença desses parasitas. Andou pela casa entre a mobília todo o dia, coçando a cabeça as vezes leve as vezes desesperado tentava encontrar uma solução pra seu problema. Subitamente teve uma idéia brilhante! Tomar uma pinga pra ver se ficava mais inspirado. Cortou um limão, pegou uma pitada de sal, dozeou a substancia no copo e zás um gole, o sal e o limão. Algumas caretas depois, olhou o pote de sal espantado e gritou sorrindo; eureca!! Arrastou a cadeira pra varanda puxou o pote de sal, tirou a camisa, sentou e começou a espalhar sal entre seus cabelos por toda a cabeça com abundancia. Num ritual minucioso encheu um copo com água e colocou em cima de uma outra cadeira. Olhou o copo satisfeito e tirou do bolso um barbante de algodão branco o qual amarrou uma ponta na sua franja que às vezes ficava grande e a outra no copo. Ficou durante uns 40 minutos sem acreditar que ia dar certo seu plano contra os piolhos, mas de repente desceu ligeiro um piolho até o copo pelo barbante e depois uma fila de quarenta e cinco que ele foi derrubando um a um dentro da água com uma varinha de goiabeira. Depois de mais alguns minutos quando percebeu que já não tinha mais nenhum em sua cabeça cortou o barbante e deu adeus aos parasitas cranianos que tanto lhe incomodaram. Num sei, se mais alguém além de mim acreditou nessa historia, eu fiz e deu certo e tem servido de equação pra minha problemática existencial nessa vida. Me faz crer no meu instinto, e acreditar nas minhas idéias e ter paciência. Valeu Tio!

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